sábado, 7 de junho de 2008

Após meio ano, TV digital dá menos de um ponto de Ibope


Agência Folha

Seis meses após sua estréia oficial, a única certeza que se tem sobre a TV digital brasileira é que ela ainda dá traço --ou seja, a recepção do sinal em televisores sequer atinge o equivalente a um ponto no Ibope, 55 mil domicílios na Grande SP. Números obtidos com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) revelam que, de 2007 até abril deste ano, 25.854 conversores (ou "set-top boxes") foram fabricados na região. Os aparelhos são necessários para a recepção do sinal digital nas TVs.

"Quase a totalidade dos receptores vem de Manaus, por conta dos benefícios [fiscais]", afirma Roberto Franco, presidente do Fórum da TV digital. Hélio Rotenberg, presidente da empresa Positivo Informática, líder em vendas neste mercado, diz haver 20 mil famílias recebendo o sinal na Grande SP, no máximo. "Algo entre 10 mil e 20 mil", afirma.

Além de São Paulo, as cidades de Rio de Janeiro e Belo Horizonte também têm TV digital, mas a implementação começou há menos tempo.

Órgãos responsáveis pela inserção do novo sistema no país, como Ministério das Comunicações, Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), alegam não ter dados oficiais sobre adesão.

Ainda não há também o volume de compra de TVs com receptores digitais embutidos, mas o produto é restrito a nichos de alto poder aquisitivo. Um dos aparelhos mais baratos deste tipo custa R$ 6 mil. Já o conversor mais barato do mercado sai por R$ 499 --preço considerado alto, já que a demanda é baixa.

O conteúdo transmitido pelas emissoras em alta definição, um dos chamarizes para procura por "set-top boxes", é limitado. Em São Paulo, o único canal que transmite toda sua programação em alta definição (sem contar horários alugados) é a RedeTV!.

Promessas
Além do conteúdo, as promessas não cumpridas também ajudam no fracasso do sistema. O conversor popular de R$ 250, prometido desde antes do estréia, ainda não chegou. Tampouco a interatividade.

"A indústria não se preparou para vender o conversor, nem mesmo caro", cutuca o ministro Hélio Costa (Comunicação), à Folha Online.

"A Eletros nunca afirmou que os preços seriam baixos nessa fase inicial, embora tenhamos apresentado ao governo as medidas necessárias para acelerar o processo de redução dos preços conversores", responde a associação dos fabricantes, em nota.

Sobre a interatividade, Costa responsabiliza radiodifusores e até telespectadores: "A interatividade é uma coisa que depende muito mais do usuário, das emissoras de TV, das entidades que querem utilizar a interatividade, do comércio, das empresas, do que do governo. Não é uma responsabilidade do governo fazer a interatividade."

Segundo Roberto Pinto Martins, secretários de Telecomunicações, a interatividade chega no ano que vem --"talvez no começo de 2009". O governo alega que um imbróglio envolvendo pagamento de royalties atrasou a formulação do sistema Ginga, responsável pela interatividade dentro do conversor.
"As emissoras morrem de medo de conectar algum canal de retorno na TV e verem a chegada da convergência no ambiente que elas lutam para manter 'intocado'", afirma Gustavo Gindré, membro do Comitê Gestor da Internet e da ONG Intervozes, que discute a ampliação do direito à comunicação.
O presidente da Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), Daniel Slaviero, diz que "as televisões estão cumprindo rigorosamente a sua parte" na divulgação da TV digital.

"Nós, juntamente com a indústria, colocaremos neste mês uma segunda rodada da campanha da propaganda 'Família Nascimento', para divulgar o sistema. Também deve ser trabalhada a questão da degustação da TV digital em pontos públicos, como shoppings e parques."

A questão do preço também tem um horizonte, diz Hélio Costa. "Estou indo ao Japão agora em junho. Na minha ida, eles vão anunciar o conversor de US$ 50", promete, mais uma vez.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Internet sem fio tem média de 22 usuários por dia


PMC

O sistema público de internet sem fio, implantado pela Prefeitura para uso gratuito pela população, teve uma média de 22 usuários por dia nos primeiros 48 dias de funcionamento. De 12 de abril a 30 de maio, houve acessos de 1.042 usuários nos pontos instalados no Mercado Municipal, no Parque Barigüi e na Rua da Cidadania Matriz, na praça Rui Barbosa. "O bom volume de acessos mostra que o serviço é um grande benefício para a população", diz o secretário municipal de Administração, José Richa Filho.

O sistema possibilita que o cidadão leve seu computador portátil (laptop) a um dos locais para navegação a trabalho, estudo ou lazer. O Mercado Municipal teve mais internautas, 561, média de 11,6 usuários por dia. No Barigüi, foram 350 internautas em 48 dias, média de 7,2 por dia. Na Rui Barbosa, foram 2,7 usuários por dia, em média, num total de 131 internautas em 48 dias.

"O uso do computador e da internet é cada vez mais presente e necessário no dia-a-dia da população. Os governos têm o papel de facilitar o emprego de recursos da tecnologia. É isso que a Prefeitura de Curitiba faz ao oferecer e prestar um novo serviço que atende as necessidades de comunicação dos cidadãos",diz Richa Filho.

O arquiteto Luiz Roberto Homem de Mello, 24 anos, freqüentador do Mercado Municipal, aprovou o sistema. "Venho sempre ao mercado para conferir as novidades. Fiquei surpreso e muito satisfeito com esta tecnologia wireless (sem fio) instalada pela Prefeitura para uso gratuito", diz Mello. "Com meu laptop conectado, confiro as últimas notícias pela internet, enquanto aprecio um bom cafezinho." Mello mora no Alto da XV e freqüenta os cafés e restaurantes do Mercado Municipal há um ano e meio. "O mercado é um local agradável para um café da manhã no dia-a-dia ou um almoço no fim de semana. Agora ficou melhor ainda."

A novidade também agradou aos feirantes. Maurício Fontoura Yamasaki, de 23 anos, diz que foi praticamente "criado" dentro do Mercado Municipal, onde seus pais têm barracas de frutas e outros produtos. Ele já está usando o sistema wireless do mercado. "Enquanto trabalho, faço controle de mercadoria e pesquisas de preços pela internet. O sistema torna o trabalho mais ágil. Podemos estar sempre atualizados para ofertar cada vez mais novidades aos nossos clientes", afirma.

No Mercado Municipal, o ponto de acesso prioriza a área da Praça de Alimentação. Na praça Rui Barbosa, sede da Administração Regional Matriz, da Prefeitura, a rede cobre a área do Restaurante Popular e das barracas do Mercado Central. No Barigüi, quatro pontos dão cobertura para toda a área interna do parque.

Os internautas que navegam pela internet do Parque Barigüi podem economizar a bateria do laptop se usarem as canaletas de tomadas disponíveis no restaurante que funciona no deck ou no quiosque instalado com essa finalidade, localizado em frente ao Salão de Atos.

Os links do Mercado Municipal e da Regional Matriz são de 1Mb cada um, em parceria com a Brasil Telecom. Para o Parque Barigüi foi disponibilizado um link de 2 Mb em parceria com a Onda. O sistema da Prefeitura foi desenvolvido pelo Instituto Curitiba de Informática (ICI).

A Secretaria de Administração, responsável pela gestão da política de informática do Município, fará uma pesquisa entre os usuários da rede Wi-Fi, para traçar o perfil da demanda e conhecer mais de perto os seus hábitos. O histórico da utilização servirá para aprofundar números iniciais, que aparecem como tendências: no Municipal e na Praça Rui Barbosa, usa-se mais a internet durante a semana, enquanto no Parque Barigüi, aos sábados, domingos e feriados. No caso do parque, a influência do clima na freqüência ao Barigüi e, por conseqüência, no acesso à internet, também será considerada.

Mercado Municipal, Praça Rui Barbosa e Parque Barigüi não são os únicos pontos de Curitiba servidos por internet pública e gratuita. O programa eletrônico da Prefeitura, Cidade do Conhecimento, oferece amplas possibilidades de acesso à rede, em diferentes locais espalhados por Curitiba. Para isso, disponibiliza 7.448 computadores de mesa instalados em escolas, creches e bibliotecas municipais, Liceus de Ofícios, Faróis do Saber, e os equipamentos dos Totens Multimídia.

A Prefeitura instalou os 71 totens em locais de grande movimento, como terminais de ônibus, praças e Ruas da Cidadania. São equipados com terminais de computador, onde o cidadão encontra notícias da Prefeitura e pode obter informações sobre os mais diferentes serviços municipais, como horário de ônibus ou de pontos turísticos, e até saber a previsão do tempo.

Nos totens os cidadãos que não têm computador podem criar, consultar e enviar e-mails, gratuitamente. Esse serviço é disponibilizado pelo portal Cidade do Conhecimento, gerenciado pela Secretaria Municipal da Educação.

Obter uma conta de correio eletrônico no portal é simples. Basta entrar na página da Prefeitura (
www.curitiba.pr.gov.br), acessar Secretaria da Educação e entrar no portal Cidade do Conhecimento. No cadastro, o cidadão preenche os dados pessoais e cria um login e uma senha, que serão usados para acessar áreas restritas do portal (sala de bate-papo, classificados) e para acessar o e-mail. O cadastro também pode ser feito diretamente pelo portal (www.cidadedoconhecimento.org.br).
Para que a população saiba fazer bom uso das ferramentas eletrônicas, a Prefeitura oferece oportunidade de treinamento e capacitação, gratuitos, com perspectiva de geração de renda. Os participantes do programa Comunidade Escola, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação, podem freqüentar, nos fins de semana, aulas de informática e se preparar melhor para uma vaga no mercado de trabalho. Nos Liceus de Ofícios, a Fundação de Ação Social mantém cursos permanentes sobre a matéria e alunos são aproveitados como instrutores dos usuários dos totens.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Instituto Curitiba de Informática completa dez anos


PMC

O Instituto Curitiba de Informática (ICI) completou nesse domingo (1) dez anos de existência. Há mais dois aniversários a comemorar: seu reconhecimento como Organização Social, em 23 de junho de 1998, e, em 29 de julho do mesmo ano, a assinatura do primeiro contrato de gestão com a Prefeitura de Curitiba.

As comemorações da primeira década de existência de uma das principais empresas de informática pública do País começaram na segunda-feira (2), com um culto ecumênico na sede do Instituto, à rua São Pedro, 910, bairro Cabral. Ao longo do mês haverá ainda palestras, o lançamento de parceria com a Fundação Getúlio Vargas para capacitação de gerentes e técnicos e exposição de fotos tiradas pelos colaboradores.

Segundo o diretor-presidente do Instituto, Jacson Carvalho Leite, a comemoração pela primeira década do ICI coroa um processo iniciado ainda nos anos 70, quando a Prefeitura de Curitiba começou a investir em informática para a gestão pública. "Hoje, graças ao trabalho do ICI, Curitiba conta com soluções de grande alcance público", diz Jacson.

Tais soluções fazem parte do dia-a-dia da Administração e dos cidadãos. A "gerência" do município conta com uma série de ferramentas desenvolvidas pelo ICI, sob a coordenação da Assessoria Técnica de Informações da Prefeitura. O site do município, consultas eletrônicas, expedição de alvarás e até o serviço 156 e as câmeras de segurança são ferramentas de governo eletrônico, que se expandem para áreas distintas como saúde, educação e ação social.

"Que a história dos 10 anos do ICI continue em evolução e sirva, sempre, de exemplo para os todos os que, como nós, trabalham pela construção de uma cidade à altura dos planos e dos sonhos de seus habitantes", afirmou o prefeito Beto Richa em mensagem enviada à Diretoria. "Além de nosso parceiro preferencial na área de informática, o ICI é referência de planejamento, competência e perseverança diante dos desafios da gestão pública."

Atuação em outras cidadesConstituído em 1.° de junho de 1998, a partir do antigo Centro de Processamento de Dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o Instituto Curitiba de Informática tem a Prefeitura de Curitiba como sua principal parceira. De acordo com o contrato de gestão, o ICI, por ser organização social, obriga-se a reinvestir seus excedentes de faturamento.

Assim, metade desses excedentes é aplicada no próprio Instituto - na atualização de equipamentos, capacitação de técnicos e ações de responsabilidade social. O restante retorna à Prefeitura, por meio do aporte de equipamentos e novas soluções de informática.

Outras cidades brasileiras contam com os serviços do ICI, como Teresina (Piauí), Vitória (ES), Osasco (SP) e Paranaguá. Na próxima semana, será oficializado termo de colaboração com o Consórcio Hospitalar da Catalunha (Espanha). O consórcio atua no Brasil por meio de convênio com o Ministério da Saúde, com a finalidade de melhorar a rede de serviços de saúde em 11 cidades reunidas no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense. A diretora de Consultoria do CHC, Olga Pané, estará em Curitiba para oficializar o acordo com o ICI.