Pesquisa foi feita em 10 países por empresa de segurança; EUA são topo da lista.
BBC Brasil
O Brasil ficou em segundo lugar em uma lista de países mais afetados por spam feita a partir dos resultados de um experimento realizado pela empresa de segurança na internet McAfee.
Em abril, a empresa convidou 50 voluntários de dez países - inclusive o Brasil - para participar de uma pesquisa na qual os participantes teriam que passar um mês navegando na internet sem filtro ou proteção contra spam.
A empresa forneceu um computador limpo para cada voluntário e analisou a quantidade de spams recebidos no final dos 30 dias de teste.
Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar na lista dos países que mais receberam e-mails indesejados durante o experimento. Os participantes norte-americanos receberam um total de 23.233 spams nos 30 dias de teste.
Já os brasileiros ocuparam o segundo lugar da lista dos países alvo dos spams. Os cinco voluntários brasileiros receberam 15.856 e-mails indesejados durante o mês.
Em terceiro lugar ficou a Itália, seguida pelo México e Reino Unido. Entre os países analisados, a Alemanha ficou com a última colocação, com cerca de 2 mil mensagens indesejadas.
Ao analisar os dados de todos os países, a empresa estima que um usuário convencional da internet recebe uma média de 70 e-mails indesejados por dia.
"O spam não é apenas uma chateação. É uma ferramenta usada por criminosos do espaço cibernético para roubar informações pessoais e comerciais", disse Christopher Bolin, diretor de tecnologia da McAfee.
Crime
A empresa compilou ainda uma lista dos tipos de spams enviados durante o experimento. Segundo a McAfee, os e-mails com propostas financeiras foram os mais comuns, seguidos daqueles com propagandas e anúncios.
Em terceiro lugar ficaram os e-mails sobre saúde e medicina e em quarto, aqueles com conteúdo adulto.
Do total, cerca de 8% dos e-mails recebidos nos 10 países durante a pesquisa foram classificados como phishings - quando fraudadores tentam obter dados bancários e outras informações importantes de consumidores como senhas, fazendo-se passar por bancos ou outras empresas financeiras.
O relatório dos resultados divulgado pela empresa destaca ainda o número deste tipo de e-mail recebido por usuários no Brasil.
"É possível que exista uma relação entre os altos níveis de phishing no Brasil com os altos índices de crimes cibernéticos no país. Isso porque o Brasil introduziu internet banking (transações bancárias realizadas online) antes de outros países e atraiu mais criminosos nessa área", disse Jeff Green, da equipe de pesquisadores da McAfee.
A McAfee ressalta uma mudança no padrão de envio dos e-mails indesejados, que antes eram enviados de maneira massiva e atualmente são transmitidos através de campanhas mais direcionadas para o perfil dos usuários.
De acordo com o diretor da empresa, Dave De Walt, é preciso aprender como lidar com os spams, já que as mensagens estão relacionadas com o crime cibernético. "É um problema tão imenso que nunca irá desaparecer. Já não se trata mais de tentar resolvê-lo, mas de gerenciá-lo", disse.