Agência Estado
Google, Microsoft, Vivo e Tim foram taxativas: web móvel será próximo boom
A internet móvel, enfim, entrou na mira das grandes empresas de telefonia e internet. Com a chegada de conexões 3G para celular e a estréia do iPhone no Brasil, o acesso à rede mundial pelo telefone móvel está se tornando a aposta da vez para levar a web a pessoas de baixa renda – e para permitir aos internautas usarem, em qualquer lugar, os serviços virtuais que já acessam no PC.
Na semana passada, o evento World Web Expo Forum, em São Paulo, pretendia discutir os “rumos da internet”. Reuniu gigantes como Google, Microsoft, Vivo, Tim, Nokia, MySpace, Terra e Globo.com. Entre papos “demodés” sobre colaboração na web (veja ao lado), todas as empresas abordaram o tema mobilidade em suas palestras e foram taxativas: o próximo boom na conexão será pela internet móvel.
“Esse tipo de acesso irá decolar em 2008”, previu Fábio Freitas, gerente da Vivo. “Em um ano ou dois, a web móvel já será a principal plataforma de conexão no País. Mesmo as classes mais humildes têm telefones”, opinou João Binda, diretor da agência de propagandas Age. Houve, porém, previsões mais conservadoras. “O celular é uma tendência mas deve demorar dez anos para tornar-se dominante”, afirmou o diretor-presidente da Globo.com, Juarez Queiroz.
Seja como for, durante o evento, dois motivos principais foram apontados para a jogada dos holofotes em cima da web móvel. Primeiro, a conexão 3G, bem mais veloz que as atuais. A tecnologia já foi lançada, em GSM, pela Claro, e ainda neste ano deve chegar a São Paulo pela Vivo, Tim e Oi.
Segundo motivo: o crescimento no número de smartphones lançados no País. Eles permitem navegar na web com mais conforto, pois a tela é maior. Inclusive, até o Dia das Mães, de acordo com a Folha de S. Paulo, chegará às lojas da Vivo o badalado iPhone, da Apple.
“Mas não desenvolvemos aplicações apenas para smartphones”, disse o diretor regional do MSN-Microsoft, Osvaldo Barbosa. “Queremos que, mesmo com um celular simples, as pessoas usem nossos produtos.”
A palestra que mais prometia mostrar a cara móvel do evento era a do Google. A empresa foi ao World Web Expo Forum falar especificamente de sua plataforma Android, que pretende tornar padrão mundial para desenvolvimento de aplicativos móveis. Porém, foi um balde de água fria.
O Google dedicou muito tempo da apresentação para mostrar seus planos de mobilidade (a prioridade é desenvolver versões móveis para todos os seus serviços, como o Orkut). Quanto ao Android... O diretor de novos negócios do Google Brasil, Leonardo Tristão, limitou-se a dizer que há 30 empresas desenvolvendo o projeto, que “sairá até o fim do ano.” No Brasil, só em 2009.
As operadoras Tim e Vivo eram as mais otimistas. “Estamos nos aproximando de empresas tradicionais da web para desenvolver aplicações específicas para celular”, explicou Gustavo Mansur, o gerente da Tim, citando o exemplo do Google, que colocou o YouTube nos aparelhos Tim. “Queremos ter os serviços mais famosos da rede, com uso simples”, disse Freitas, da Vivo, que lançou recentemente um aplicativo do MSN no telefone (veja nas págs. 4 e 5).
Para estimular o uso, as operadoras lançaram planos fixos, ainda muito caros se comparados a outros países. Na Vivo, por exemplo, para usar o MSN de forma ilimitada o custo é de R$ 8,90 por mês. “O celular é uma forma de inclusão digital para quem não tem acesso ao PC”, sugeriu Freitas.
Terra, Globo.com e MySpace também prometeram apostar na web móvel. Porém não mencionaram ações concretas para o futuro. Segundo Queiroz, da Globo.com, um dos indicadores de que é preciso investir é o número de acessos vindo de iPhones ao portal, mesmo que os aparelhos não sejam oficialmente comercializados no País. “Em um mês, tivemos 45 mil acessos. Imagina quando estiver vendendo no Brasil? Por isso o meu chefe exigiu que começássemos a desenvolver serviços específicos para celular.”
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