Com instrumentos 'virtuais', pesquisadores conseguem padrão mais compacto que MP3.
Idéia é fazer computador transformar maneira de tocar instrumento em instruções.
Agência Globo
Pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma tecnologia para arquivos digitais de música que promete aumentar em até mil vezes a capacidade de armazenamento de tocadores de MP3, como o iPod. Um iPod shuffle de 1 GB seria capaz, por exemplo, de armazenar 240 mil músicas, mais do que as 40 mil que cabem atualmente em um iPod de 160 GB.O plano, na verdade, consiste em criar arquivos ainda menores que o MP3. Mas, em vez de conter uma gravação completa de toda a música, o novo arquivo é apenas um "guia" de como os músicos tocam cada um dos instrumentos que fazem parte de uma canção. Um computador, já programado com uma "cópia digital" dos instrumentos, utiliza esse "guia" para reproduzir a música.
Na apresentação da nova tecnologia, durante evento em Las Vegas, foi exibida uma gravação de 20 segundos de um solo de clarinete, que resultou em um arquivo de menos de 1 Kilobyte.
Para 'ensinar' o computador a tocar clarinete, o pesquisador Mark Bocko mediu todos os aspectos que influenciam na sonoridade do instrumento - desde a pressão que o músico precisa fazer para soprar a "boquilha" até a forma de propagação do som pelo objeto. Com esses dados, Bocko criou uma versão digital do instrumento. Em teoria, como foi construído a partir de medições acústicas, o clarinete "virtual" é uma cópia exata do real.
Artista em miniaturaO passo seguinte é "encolher" o músico. Bocko mediu como o som é influenciado por cada atitude do clarinetista, e como o artista pode extrair notas e sonoridades variadas com diferentes técnicas. Estes dados foram colocados no computador.
Com essas informações, o computador já está apto a entender o som como simples instruções. Ao ouvir um homem, ao vivo, tocando clarinete, a máquina produz o arquivo que, segundo Bocko, contém a "menor quantidade possível de informações para se reproduzir uma música".
Os próprios pesquisadores admitem, no entanto, que a técnica ainda não é capaz de produzir uma cópia perfeita do som. "Como escolhemos um instrumento de sopro, ainda não conseguimos ensinar o computador a perceber diferenças sutis que um músico é capaz de fazer, por exemplo, mudando o posicionamento da língua no bocal", diz Bocko.
"Mas para músicas com notas mais claras, já é um método que funciona muito bem. Fica difícil diferenciar o som produzido por nosso computador daquele criado por um sintetizador, por exemplo", diz. Isso sem levar em conta o desenvolvimento natural da tecnologia: em breve, segundo o pesquisador, será possível até mesmo gravar a parte vocal das músicas, além de combinar, no mesmo arquivo, todos os instrumentos.
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